Tá pintando no final de semana a cerimônia do Oscar, logo vamos saber e discutir se foram justas as entregas de prêmios de melhor ator/atriz, trilha sonora, efeitos especiais, filme etc. Falando nisso, aconteceu um divertido e criativo desafio para os designers que integram a comunidade do
Shutterstock: criar cartazes com os títulos concorrentes a melhor filme na estética da
pop art. Essa ação é promovida anualmente pela empresa e é um aditivo para enriquecer ainda mais o seus acervos.
A pop art, surgida nos anos 50 e consagrada em Nova York uma década depois, tem como alma e conceito a crítica e a ironia fina com o cotidiano materialista, consumista e a massificação da cultura popular capitalista. Só que no contexto de trabalhos contemporâneos a inspiração pode ser ainda a clássica forma de se criticar a sociedade, ou simplesmente mostrar um ícone popular, como o próprio cinema.
A seguir os cartazes com a interpretação deles por seus respectivos designers.
American Sniper (Sniper Americano)
por Kathy Cho
"Eu fui inspirada pelo estilo de colagem do artista Richard Hamilton, especialmente seu trabalho de 1956 “Just What Is It That Makes Today's Homes So Different, So Appealing? “. Este cartaz acena para a ambição de Hamilton em ser "multi-alusivo", usando recortes de revistas e gravuras no estilo de colagem. Eu queria resumir a vida do personagem principal, Chris Kyle - a realidade de que a guerra começou a receber mais atenção do que a casa em sua mente. Eu pensei que o estilo de Hamilton seria a maneira perfeita de trazer os detalhes para todos os componentes visuais juntos."
The Grand Budapest Hotel (O grande hotel Budapeste)
por Carisa Tong
"Eu imaginei o cartaz para o filme ‘The Grand Budapest Hotel’ com inspiração no trabalho de Yayoi Kusama. Kusama influenciou muitos dos famosos artistas pop com seu uso de cores brilhantes e identificável textura de pontos. Suas exposições ao vivo, muitas vezes incluem objetos da vida real, tendo fundos texturizados, que são vistos e camuflados ao mesmo tempo. Neste pôster, a caixa de bolo da Mendl é retratada da mesma forma, o que representa o importante papel da sobremesa, ainda que moderada no filme."
Birdman
por Odes Roberts
"Roy Lichtenstein foi amplamente conhecido por ter tomado a colorida estética pop da arte dos quadrinhos e usá-la para parodiar a vida real e assuntos sérios. A maneira que Birdman disseca a obsessão de Hollywood com filmes de super-heróis, e como a Broadway vê atores principais tentando usar o teatro para reforçar suas atuações dramáticas eram perfeitos para o seu estilo de paródia pop. Eu escolhi o alter ego Birdman de Riggan Thomson e o fiz de frente e no centro, a versão de terno versus o personagem super-herói completo para destacar o lado sério que Thomson desesperadamente quer alcançar".
The Imitation Game (O Jogo da Imitação)
Pôster de Bryant Nichols
"A experimentação de Andy Warhol com a produção em massa e seu lugar no mundo da arte sempre foi fascinante para mim. O conceito de adicionar um toque humano a algo tão mecânico como uma sopa pode espelhar a análise de ‘The Imitation Game’ na batalha entre homem e máquina. Isso teve um toque humano para transformar uma lata de sopa em arte, tal como este teve um cérebro humano para resolver um quebra-cabeça criado por uma máquina. Esta dissonância é vista no meu pôster através do uso de grades precisas, possível graças a um computador, e a tipografia criada pela imperfeita, mas ainda bonita mão humana".
Whiplash
Pôster de Jordan Roland
"Whiplash é sobre o quão duro você vai se empenhar para ser perfeito em seu ofício. Eu queria capturar a agressão e a natureza violenta de começar do zero para atingir a perfeição, por isso optei por destacar um momento específico, onde protagonista Andrew está disposto a praticar em sua bateria, até o ponto em que suas mãos começam a sangrar. Para minha inspiração, eu escolhi o artista polonês Lucjan Mianowski. Achei que sua limitada paleta de cores e a utilização de imagens coloridas em dois tons proporcionaram uma ótima maneira de transmitir visualmente a austera aspereza deste momento no filme".
Selma
por Nichole Garcia
"Eu escolhi o artista Gerald Laing como inspiração por causa da forte oposição que sentia em relação à guerra no Iraque ou ao uso da violência em geral, como um meio para um fim político, assim como MLK sentia. Ele incorporou a sua ira em sua série de pinturas de guerra, o que eu pensei que estaria relacionado ao comportamento de Selma. Laing usa ‘anéis de radiação’ em seu trabalho e eu queria fazer a ponte como o principal ponto, porque foi um marco muito importante dentro das marchas; eu decidi colocar um alvo sobre ela, uma vez que o objetivo das marchas era cruzar a ponte para Montgomery para falar com o governador e aumentar a conscientização sobre as violações dos direitos de voto dos manifestantes. Foi preciso três marchas para que o projeto fosse aprovado, de modo que os dois anéis significam as duas marchas e o ponto representa a marcha final que os levou ao sucesso".
Boyhood
por Cristin Burton
"A técnica de Rosalyn Drexler de combinar colagem com a pintura e seu uso de cores são certamente sinônimo de seus colegas da Pop Art, mas as obras particulares que tinham potencial para inspirar um cartaz sobre ‘Boyhood’ eram as peças que contavam com vinhetas espalhadas contendo várias figuras centradas em torno de um tema. As figuras foram repetidas às vezes na peça. Boyhood é quase como isso - uma série de vinhetas dispersas centradas em torno de uma vida, às vezes contendo padrões repetidos, por vezes, drama, às vezes somente o comum".
The Theory of Everything (A Teoria de Tudo)
por Deanna Paquette
"Eu estava interessada nas fragmentadas justaposições do artista James Rosenquist e de como estavam alinhados com a história e estilo de ‘The Theory of Everything’. De muitas maneiras, o filme é uma obra de justaposições, andando através da evolução de uma extraordinária história de amor. Cor e ângulos de câmera são utilizados ao longo da história para apresentar diferentes perspectivas, que desempenharam o estilo de Rosenquist muito bem".