Atualmente a sociedade se policia bastante para se expressar. Uma frase, uma palavra mal colocada pode devastar como bomba atômica e soar bastante ofensiva, tornando impossível reverter o efeito. Tudo sob a "aura" do politicamente correto, ser polido e comportado no que se diz, no que se age, e até no que se veste. Para quem vai contra isso o mundo vai ficando cada vez mais chato, contudo ainda há tábuas de salvação. Uma das mais evidentes é o Meia Hora, jornal que circula há 10 anos no Rio de Janeiro, com suas capas que vão além do politicamente correto, cretinas, cruéis e super divertidas.


O tabloide começara a ser vendido por 50 centavos, para atrair a galera que desejava saber das notícias de forma mais rápida, com títulos que chamassem logo a atenção. Passado o tempo, o produto se tornou artigo mais do que popular, falando a linguagem do povo brasileiro, especialmente o carioca. Ou seja, irreverente e sem dedos para falar da vida.

A novinha que apronta, o velho tarado, o bandido que se ferra em situações ridículas, o policial corrupto, as crises conjugais de casais famosos, o jogador de futebol que arrasa ou joga muito mal, o time que caiu pra segunda divisão, o artista assaltado, a celebridade que faleceu, o prazer e as desgraças do dia a dia. Tudo isso é farto material para as ácidas manchetes do Meia Hora, fazendo o leitor ter a sensação de que está conversando com um velho amigo. Quem tem pelo menos um bom e velho amigo conversa sobre assuntos não tão politicamente corretos, isso é a confiança, a intimidade e o tabloide captou isso para se comunicar da melhor forma com o público.


Comunicar-se em qualquer mídia exige sim a atenção necessária para se expressar corretamente com a audiência que se deseja atingir, é totalmente correto. Entretanto se existe a confiança e segurança de que você toca seu público e ele sabe o que é seu veículo/produto não há a necessidade de polir, moldar, temer. Senão o canal comunicativo fica artificial e hipócrita. Se estiver no caminho certo, então seja deliciosamente cretino.

A seguir mais algumas capas, não dá pra dizer que são as melhores, é um tipo de assunto que sempre gera controvérsia, mas são bem expressivas.