Mestre? Referência? Ídolo? Junte estes três predicados e a soma se chama inspiração. Inspiração que norteia até chegar a Andy Warhol, ícone da pop art e um dos nomes principais do período contemporâneo na arte. 

Se estivesse no nosso plano Andy completaria 86 anos no dia 6 de agosto, mas ele é um dos típicos caras que parece eternamente vivo, atemporal. Duvidaria muito que ele mesmo com quase 90 anos estaria aposentado e fazendo papel de avô, continuaria em plena atividade.

Assumo para você que está lendo que essas linhas são pessoais, um pouco introspectivas, contudo mesmo assim elas vão ressaltar a importância de Warhol no âmbito geral. Conheci ao longe a arte pop, logo no começo da faculdade de artes. Mesmo não ainda estudando diretamente este período me encantava de ver os trabalhos de personagens e marcas de Roy Lichtenstein e Andy. O recurso de usar figuras e marcas famosas sempre foi algo que gostei de observar e até experimentar, porém o que me deu o click para gostar da arte pop foram as cores, a forma utilizada delas: intensas, diretas, sem tantas texturas, sombras, quando isso ocorria ficava a cargo da imagem.

Só isso não era suficiente. Necessário também o conhecimento sobre o que se pautava tal movimento na história da arte. Às minhas primeiras vistas e creio que de algumas pessoas as obras de Andy expõem algo legal, bonito, descolado, transado. Contudo ele e seus pares da pop art tinham como preceito ir de encontro ao pop, criticar o início de um ciclo em que convivemos atualmente: overdose de mídia e celebridades, de desejar ser uma e ter seus "15 minutos de fama". A frase de ter os 15 minutos de fama tem a assinatura de Andy Warhol e continua atual. Marilyn Monroe, Mao Tse Tung e Elvis Presley foram suporte e instrumento para Andy mostrar que o mundo estava ficando midiático e paranoico além da conta.

Todo este pacotão de conhecimentos me inspirou sim. Como profissional, como observador e admirador de todas as artes e assino Andy Santos por causa dele. Alguns criticam a pop art, porém ela teve seu bom papel, e um nome que tem relação com esta afluência no Brasil é Nelson Leirner, recomendo demais conhecer sua obra.

As dicas finais são a seleção de do mister Andy a seguir, e também uma visita imperdível ao museu virtual de Warhol neste link www.warhol.org


Mick Jagger, série de 10 serigrafias do músico, 1975

Marilyn, serigrafia sobre tela, 1962


Elvis Triplo, serigrafia sobre tela, 1964

Mao Tse Tung, tinta acrílica e óleo sobre tela, 1972

Símbolos do dólar americano, serigrafia sobre tela, 1982

Sopas Campbell, óleo sobre tela, 1962


Auto-Retrato, 1986. A imagem de capa é minha intervenção digital em cima da obra