Entro no campo do design esportivo que é a área do Mundo UH!, que é o outro blog que escrevo, para abordar um assunto delicado que repercutiu no meio de quem acompanha futebol. Domingo passado, dia 25 de janeiro houve o jogo amistoso entre Palmeiras e Red Bull Brasil, realizado no Allianz Parque e transmitido pelo Sportv, canal a cabo do sistema Globosat. E como alguns sabem na Globo existe um padrão que não se pode falar em transmissões esportivas nomes de empresas/marcas que não sejam as de cota de mídia feita pelas emissoras pertencentes a ela. 

E aconteceu isso no jogo de domingo, o Sportv por ele mesmo denominou que a peleja era entre Palmeiras e RB Brasil na Arena Palmeiras. Para piorar a situação alteraram... melhor dizendo, deformaram, usurparam o logotipo do Red Bull Brasil, tirando as nominações que compõem o escudo. Ocultar a marca tanto visualmente quanto verbalmente são atos muito delicados, graves, porém ter a obsessão de não ter nada em relação a um nome que não pertence a sua "cota de mídia" apagando parte do símbolo dá pra se crer que é um fato inédito.

Um símbolo pálido e distorcido, totalmente fora de acordo com o que deve ter sido pensado pelo profissional ou equipe de design que desenvolveu o logotipo. Será que alguém dentro do departamento de esportes da Globo cogitou em avisar para algum representante do touro vermelho que iria acontecer esta sensível alteração e que deste jeito os touros apareceriam sem nome? É de se estarrecer porque aqui no Brasil existem coisas tão involuídas, parecendo que estamos na Idade Média. Sabe por que?

Reprodução do Sportv, de acordo com eles Palmeiras e RB-Brasil na Arena Palmeiras
Porque há pelo menos duas décadas e meia o uso de naming rights nos locais esportivos, nomenclaturas de equipes, torneios etc. é uma forte realidade nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Falar Pepsi Center, Emirates Stadium, Bayer Leverkusen, Hyundai A-League é algo tão corriqueiro quanto andar de bicicleta. Mas não vamos culpar somente a Globo, a mídia esportiva brasileira em sua maioria evita citar tais nomes, pois pensa como a mãe platinada. Nessa história quem se dá mal é quem investe um dinheiro forte no esporte brasileiro, porque tem sua marca em 90% das vezes oculta. Que o estádio palmeirense continue a se chamar assim, contudo a fabricantes de celular Kyocera tentou sem sucesso emplacar seu nome ao estádio do Atlético-PR. Todo mundo continuou a chamar o campo de Arena da Baixada em vez de Kyocera Arena.

Engraçado falar nesse assunto, pois existem contradições dentro do próprio padrão global - na fórmula 1 a Red Bull Racing, olha o touro aí de novo, Galvão Bueno e seus blue caps ainda insistem em chamar a escuderia de RBR. Porém chamam a Ferrari de Ferrari, Mercedes de Mercedes, e quando elas existiam, falavam também Honda e Toyota. Ora, chamasse a Ferrari de SF ou equipe do cavalinho rampante!

O que não dá é para continuar assim, absurdos maiores podem ser cometidos e fica o enorme risco de se retraírem os já parcos investimentos no esporte tupiniquim. Para encerrar eu recomendo o artigo de  Giovane Martineli, MBA em gestão e marketing esportivo, também diretor de comunicação do Red Bull Brasil, clique aqui.

Acima o logo original do Red Bull Brasil, abaixo o logo do RB Brasil, inventado pelo Sportv