Essa é a pergunta que me faço a cada 13 de julho nos últimos anos. E tal assunto é abordado em matéria de Silvio Essinger no Segundo Caderno do Globo e quero continuar a discussão. Reparemos que há uns 13, 15 anos surgiram sim novas bandas de rock (vamos abordar as brasileiras), até com certo apelo, populares, moderninhas, só que colocando as contas na ponta do lápis não possuem uma expressão, um peso, não carregam uma grande bandeira como Mutantes, Legião Urbana, Paralamas, Capital Inicial (no início), O Rappa etc. Lendo essa matéria eu me pergunto: o rock está com esse vácuo de expressão de bandas e cantores solo porque ele só pode ser um movimento de arte contra cultura, ou por comodismo das gerações atuais e intermediárias, junto com informações demais?

Sorte nossa que os grupos mais veteranos dos anos 80 e 90 estão na ativa e na estrada emguitarra-rock-brasil-interrogacao boa parte, contudo mais cedo ou mais tarde virarão lembranças em discos, mp3 e videoclipes, mesmo eles não acabando é sempre interessante ver uma nova cena, novas referências, linguagens. Por que isso não está acontecendo? O João Barone se assustou com o presente do Di Ferrero, um dvd com os 10 anos do NX Zero! Barone e eu pensávamos que eles eram uma banda nova, mas se o NX Zero, que na minha visão faz uma música honesta, nada além disso já é veterana, minha nossa, há de alguém ter que recuperar esse barco à deriva.

Samuel Rosa e Dinho Ouro preto opinaram, e chegaram a conclusões parecidas, de que hoje em dia temos informações demais, que a geração antes dessa atual consumia muita TV. Acho que no meio de possibilidades de colapso das gravadoras, falta de pautas para ser contra, agredir e afins eu acho que essa de ter informações demais é a que discordo. Pô, eu sou dessa geração do meio, entre as fitas e a MTV, era terrível mesmo você buscar informação no início pro meio dos anos 90, você conseguir achar o nome daquela banda que ouviu os últimos 30 segundos na rádio Cidade ou Fluminense FM era como se fosse um troféu. Em 2013 ficou milhões de vezes mais fácil de se caçar música boa e diferente por aí, mas não me acomodei, valorizo demais esse poder de informação nas mãos e muita gente também. Ah só pra não deixar esquecer, o rock não é só contracultura, Raimundos e Blitz são bons exemplos de música expressiva sem abordar especificamente contra um personagem, um sistema.

Dito lá no 1º parágrafo vamos continuar a discussão, no que posso dizer é que a pergunta do título não é fácil de ser respondida, mas apesar disso que podemos chamar de crise tem gente boa pra caramba por aí, que ainda não tem o espaço justamente devido. Podemos nomear Mombojó, Móveis Coloniais de Acaju, Vivendo do Ócio (nordeste em peso), Tulipa Ruiz e tantos espalhados de norte a sul do Brasil. Esses têm potencial e devem ser os timoneiros para conduzir o rock brasileiro de novo em melhores águas. Basicamente precisam de espaço, um tantinho de incentivo e grana… e a discussão continua, feliz dia do rock para você, bebê!