Maracanã e o Choque de Contemporaneidade
Amigos do Café, peço perdão pelo hiato nos textos, contudo por algumas questões pessoais não rolou de escrever nada, nem para digitar que não estava inspirado. Mas vamos voltar aos trabalhos né? Nesse 7 de setembro vivi por horas uma experiência não nova, mas que dessa vez foi muito diferente: visitar o Maracanã, templo dos templos depois dessa reforma que custou um tiquinho dos nossos bolsos. É, apesar dessa minha indignação eu precisava reencontrar o que considero como “casa” e vocês vão entender o por quê.
Vamos ignorar o fato de que fui ver um Fluminense e Bahia, pois rubro-negro inveterado, porém a saudade, a ânsia de voltar e uma leve promoção me fizeram adentrar e sentar numa cadeira azul na primeira fila, com o campo bem próximo e eu me sentindo como se estivesse num campo europeu… sim, a sensação foi essa quando passei do túnel de acesso pro campo, olhando aquele mosaico de tons azuis e amarelos, aqueles telões, a cobertura, nenhum odor e lixo no chão, comum nos velhos estádios. Tinha música ambiente e eu pensando: o que fizeram com meu Maracanã? Para mim foi um choque, um choque de realidade, de contemporaneidade, não estou mais em um outubro de 1997, estou em 2013.
Maracanã, no momento em que entrei |
Não tem jeito, a realidade de 2013 é diferente da minha adolescência nos anos 90, ou décadas atrás, a tecnologia e o crescimento dela são uma bênção, e sortudos de nós que podemos aproveitar disso. E nesse 7 de setembro (mesmo sendo um jogo do Flu) eu consegui aproveitar o que a tecnologia, engenharia, arquitetura e design podem propor. Lugar bem localizado, cheirando a novo, ambiente bem sinalizado, sons e imagens perfeitos. Mas tinha algo(s) diferente(s), não tinha jeito.
E esses “algos” é uma tentativa, que ainda bem um tanto frustrada, de sufocar o que é tradicional, o que é sempre de lei no templo chamado Maracanã. O grito constante, as bandeiras, a mistura das pessoas, a bagunça no bom sentido, isso eu percebi bem diminuído, mas ainda não morto. E aí para isso não morrer de vez e o campo não virar teatro depende de vários fatores, que não cabem nesse texto. O que desejo, o que peço é, que seja no Maracanã, num parque, ou dentro de casa… que a essência, que o calor, que a alma, que a alegria do ser humano, falando até mais dos cariocas não desapareça no meio do pacote contemporâneo e ultra tecnológico.
Uma das novas tendências, customização de cores à noite |
Saí do antigo templo no 7 de setembro à noite, com uma vitória do Flu, feliz e com emoções divididas, difusas, fiquei ansioso, arrepiado quando vi a parte clássica e externa, parte de tantas coisas que vivi e um sentimento um tanto estranho de quando adentrei o campo, sua casa moderna, mas sem o algo a mais. Mas eu me acostumo, bem vindo à nova casa.
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